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Inspiração e Expiração

Tanto a inspiração como a expiração precisam ser praticadas em separado e com a maior atenção. Os bons resultados desses exercícios não tardam. Quanto mais intensa a concentração na respiração, mais rapidamente desaparecem os estímulos exteriores, pois eles se confundem com vagos murmúrios a que prestamos cada vez menos atenção, até que deixem de nos perturbar, como o ruído das ondas quebrando-se na praia.

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Infelizmente, esse agradável estado de recolhimento pode não ser duradouro, pois está arriscado a ser destruído: como que brotando do nada, surgem de repente estados de ânimo, sentimentos, desejos, preocupações e até pensamentos borrados uns com os outros que, quanto mais fantásticos, menos estão relacionados com aquilo pelo qual prescindimos de nossa consciência comum, tão mais obstinadamente nos dominam. É como se quisessem se vingar pelo fato de a consciência tocar esferas às quais comumente não chegam.

Mas essa perturbação é vencida se se continua respirando tranqüila e serenamente, aceitando-se de maneira agradável o que acontece, acostumando-se à perturbação, aprendendo-se a contemplá-la com indiferença e, finalmente, cansando-se de acompanhá-la. Assim se imerge, pouco a pouco, num estado similar àquele relaxamento que precede o sono.

A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen